• Escolas Rurais

    Foi em 1990, no decurso de uma Oficina Pedagógica organizada pelos Pólos de Ação Educativa de Alcácer do Sal e de Grândola (ver REDE DE PÓLOS DE AÇÃO EDUCATIVA DO DISTRITO DE SETÚBAL) que surgiu a ideia do Projeto de Escolas Rurais.

    Concebido em resposta às queixas de alguns professores face ao profundo isolamento e abandono em que se encontravam eles e as suas crianças, imaginou-se um projeto em que crianças de várias aldeias (4 a 6) se concentrariam de 15 em 15 dias, rotativamente, numa delas (a aldeia ou escola hospedeira) para, em conjunto, realizarem atividades de variada natureza – ateliers, pesquisas na comunidade, jogos etc. Os professores aproveitariam a oportunidade para, também em conjunto, avaliarem o encontro anterior e planificarem o seguinte. A circunstância de esses encontros de crianças constituírem uma quebra da rotina escolar levou a que se designasse, o momento em que decorriam, por Dias Diferentes.

    Propunha-se que as questões tratadas pelas crianças nesses dias fossem trabalhadas na sala de aulas assim como se propunha que o programa desses dias fosse debatido com as crianças, investindo-se inclusivamente na preparação de temas para serem apresentados por estas aos colegas.

    O envolvimento das pessoas da comunidade nos Dias Diferentes seria assegurado, quer pela sua participação em algumas ou várias das iniciativas quer pela realização de um piquenique/merenda em que todos participassem.

    A circunstância desta proposta surgir de quem, à época, coordenava o Projeto ECO explica que nela estivessem patentes algumas das linhas de força deste projeto (concretamente a tónica posta na relação escola comunidade).

    O primeiro Dia Diferente iria acontecer em Alcácer a 15 de Janeiro de 1991: O ICE ainda não existia e os Pólos de Ação Educativa eram então “enquadrados” pela ESE de Setúbal. O Projeto nasce com o nome de “Projeto de Escolas Isoladas”

  • Covas do Monte

    Covas do Monte é uma aldeia do concelho de S. Pedro do Sul situada em plena Serra de S. Macário. Ali vivem à volta de meia centena de pessoas, presas a uma vivência de séculos.

    A sua situação geográfica, com acessos difíceis, até para os meios de comunicação, ditou, o isolamento, que fez chegar aos nossos dias todo um modo de vida que ali se foi desenvolvendo desde o século XIII, data dos primeiros registos conhecidos da aldeia com apenas quatro casas.

    A situação geográfica, se por um lado dificultou o acesso, por outro privilegiou as condições de abundância de água e clima para a produção agrícola de produtos genuínos e de qualidade.

    Aquilo que foi uma riqueza no passado corre nos dias de hoje um sério risco de abandono.

    Foi com este cenário que em finais de 2005 e após cerca de uma década a desenvolver com as escolas e comunidades das aldeias serranas o projeto “Escolas Rurais”, que o ICE foi convidado a participar na parceria do projeto “Criar Raízes” como responsável pela acção “eco-aldeia”.

    Tratava-se de trabalhar com a comunidade da aldeia de Covas do Monte a sua transformação social e desenvolver com ela um projeto de viabilização do seu futuro.

    Trabalhar comunidades como a de Covas do Monte em que ao isolamento geográfico se foi juntando o esquecimento das instituições públicas é acima de tudo fazê-las acreditar nas suas potencialidades.

    Como fazê-lo?

    Não adianta dizer, é preciso demonstrar.

    No início, procurámos aproximarmo-nos das pessoas, conhecer os seus anseios, gostos e recursos. E foi procurando dar respostas concretas aos seus problemas e anseios que desenvolvemos um conjunto de actividades demonstrativas das possibilidades que ali existem. Estas actividades foram gerando um movimento de interesse e solidariedade para com Covas do Monte que conduziu a visitas sistemáticas de pessoas que demonstravam interesse pelos saberes e produtos locais. Esta nova realidade aumentou a auto-estima da comunidade local que começou a sentir que o futuro talvez ainda seja uma possibilidade.

  • Quinta da Educação e do Ambiente

    Quinta de Educação e Ambiente da Lagoa de Santo André é um território Educativo em que se entrecruzam aprendizagens formais e informais. Desenvolve-se e apoia-se numa dupla realidade. Por um lado, no património natural e paisagístico que é preciso conhecer para defender e promover, e por outro lado, nas pessoas que ali vivem e que contribuíram, geração após geração, para a sua reconstrução permanente.

    Funciona como um espaço de trabalho e de reconhecimento das potencialidades da Natureza e da vida rural que se oferece a crianças e jovens do município e do país. Prefigura-se como uma estratégia de visibilidade, de defesa e de promoção do local.

    O centro aglutinador das actividades situa-se na Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha, mais concretamente no Monte do Paio.